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Transporte Terrestres, Marítimos e Aéreos...

 

Já tratei deste assunto em anterior escrito. Todavia há sempre algo a recordar. No primeiro quartel do século XX os transportes vulgares eram os carros de bestas e os de bois.  Para os lados do Sul valia a égua do João Machado Soares (Capitão). Para a Madalena e São Roque utilizavam os carros de bestas do José das Cruzes e do Caetano. Mesmo assim era um martírio viajar neles, quase sempre abarrotados de passageiros que, nas subidas das ladeiras, se viam forçados a sair do carro para lhe dar um empurrãozinho, auxiliando assim os animais  cansados das contínuas viagens e má alimentação.

Chalupa - Helena

Mais tarde vieram as camionetas, duas companhias em competição, que aliás durou pouco tempo, pois iam ficando falidas. Sobreviveu a “Cristiano, Lda”, que ainda hoje mantém a ligação entre Ribeirinha, - Lajes -Madalena e Piedade - São Roque - Madalena.

Enquanto a viação automóvel não se desenvolveu – e hoje a Ilha do Pico , ao que consta, tem mais de 10 mil veículos - o transporte de cargas era feito em carros de bois. Havia-os de um e de dois bois, conforme o trânsito.

Iate - Ribeirense

Enquanto não apareceu o gás para uso doméstico, valiam às cozinheiras as achas de faia, transportadas do Mistério pelo Simas Grande e pelo Pereira ou por outros mais, todos da freguesia de São João que, diariamente, vinham à Vila trazer a lenha  e levar cargas diversas para os seus fregueses. E que bons serviços prestavam esses “carroceiros”, não só levando e trazendo pequenas encomendas como outros objectos, assim como cartas e dinheiro para pagamentos nos agentes bancários e no comércio. Um serviço que, no Canal, se notabilizou com o inesquecível Gilberto.

Lancha - Hermínia

Havia uma estação telégrafo - postal, com um aparelho telefónico que ligava a outro idêntico na freguesia da Piedade e um “Morse”, que fazia a ligação à Madalena, São Roque e Horta.  O serviço telegráfico era uma constante, pois o correio postal era moroso e, das ilhas e continente, só aparecia de quinze em quinze dias transportado pelos barcos da Insulana. Mas estes eram regulares e não falhavam nos dias de aportagem, a menos que houvesse mau tempo nos portos. Conhecia-os o povo pelos “Vapor de doze”, o Lima,  (que passava nas Lajes) e “vapor de vinte e oito”, o Carvalho Araújo,  (que fazia serviço no Cais do Pico).

Navio - Lima

No Verão sempre navegaram os barcos de cabotagem entre o Faial e São Miguel. Raramente desviavam para os portos da Graciosa. E foi um serviço melhorado e regular quando apareceu, em 1929,  o “ Ribeirense ”, iate motorizado, e depois o “Andorinha”, o “Helena”, o “Bom Jesus”, o “Espírito Santo”, da Graciosa, e por último o “Terra Alta”.

Navio - Carvalho Araújo

A provocar o desaparecimento dos iates, a Insulana trouxe para cá o “Arnel” e o “Cedros” que acabaram por desaparecer . O “Arnel” por um infeliz naufrágio em S. Maria, com algumas vítimas, e o “Cedros” cedido a outra empresa.  Depois apareceu o Ponta Delgada que por aí andou alguns anos.

Navio Motor - Cedros

A seguir, mas somente para serviço das capitais dos antigos distritos, veio o “Funchal”, barco de luxo (o quarto do mundo, na época) que por cá se demorou pouco tempo e que foi substituído pelo velho “Angra”, também de vida efémera.     

Navio - Funchal

À falta de navegação marítima, nestas ilhas, tem o governo regional ensaiado, ao longo dos últimos verões, a contratação de barcos de  grande velocidade que vão permitindo a ligação entre os grupos oriental, central e ocidental. Mas nem sempre os horários são os mais satisfatórios, o que não tem deixado de provocar reclamações por parte dos utentes.

E não deixava de ser um bom serviço prestado aos açorianos, pois nem todos podem utilizar os transportes aéreos.  Tenha-se presente o que acaba de acontecer com o novo  barco construído em Viana do Castelo e que não chegou a sair dos estaleiros.

Navio - Angra do Heroismo

Viajei nos barcos da Insulana desde os meus 12 anos. Tenho utilizado os transportes aéreos em longas viagens, por esse mundo de Deus. Por experiência sei  o que é andar no mar e pelo ar e por isso não posso deixar de lamentar que, em percursos tão pequenos, haja tantas dificuldades nos transportes,  os horários sejam mal programados e os custos das passagens, quase sempre, a ultrapassar a magreza dos bolsos dos utentes.      

Até quando?

Camioneta a desembarcar no Porto da Areia Larga

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